Wednesday, February 3, 2010

Vinicola Norton, Mendoza / Argentina, Dez09


Mendoza é uma cidade que sem a menor sombra de dúvida merece uma visita, especialmente se você gosta de vinhos. A visita a vinícolas permite não só conhecer mais a fundo o processo de elaboração do vinho, mas também apreciar belas vistas e saborear um infinidade de vinhos, normalmente acompanhados de ótimos pratos ou apenas de despretensiosas, mas não menos deliciosas, tábuas de queijos. No entanto nem eu nem minha família temos a disciplina que o crescente número de turistas demanda, de agendar previamente as visitas.

Após visitar uma vinícola familar estávamos a procura da próxima parada, obviamente que sem qualquer reserva; após tentativas frustadas e duas ligações e um boa dose de jeitinho brasileiro conseguimos ser recebido na vinícola Norton, na qual a simpatia dos funcionários compensou em muito a falta de vinhos excepcionais.

Como não havia vaga no restaurante e tampouco vagas nas visitas guiadas fomos convidados para apreciar uma degustação e uma tábua de queijos pelo sommelier residente. Fomos guiados pelos corredores internos até o porão de guarda, onde os vinhos repousam nas garrafas (após o período de guarda em barricas) antes de serem rotulados e disponibilizados ao mercado.

O lugar era extremamente aconchegante, com poltronas feitas de barricas já utilizadas à exaustão de suas vidas úteis, e uma luminosidade baixa acompanhada de uma temperatura extremamente agradável (especialmente se comparada com o calor sub-saariano que fazia fora). Fomos recebidos com um agradável espumante, seguido de uma tábua bem servida de ótimos queijos e uma garrafa de Norton Malbec D.O.C. 2006, ainda não disponibilizada no mercado (a garrafa sem rótulo empoeirada retirada da pila que aguardava ansiosamente o seu debut no mercado adicionava um charme inexplicável à experiencia).

Sentado na poltrana, apreciando o vinho em boa companhia de siluetas à meia luz, com divagações que só nos permitimos quando estamos em férias, me fez remontar a uma época que não vivi, na qual imergi com gosto.