Monday, December 28, 2009

Cordilheira dos Andes, Santiago – Mendoza, Chile / Argentina, Dez09



Cruzar a Cordilheira dos Andes de carro é sem duvida um destes programas no qual o caminho importa mais que o destino. Ao longo dos poucos mais de 300 km que separam Santiago de Mendoza é possível encontrar resquícios de gelo, rios furiosos que emergem de partes do gelo que não resiste ao sol escaldante, formações montanhosas que mais parecem esculturas, lagoas andinas, entre outras paisagens estonteantes.

Cada uma das intermináveis curvas resultava em uma surpresa que nos obrigava a parar (provavelmente por este motivo a viagem tomou mais de 8 horas!). A primeira foi um pedaço de gelo, contrastando com a aridez da montanha ao seu redor, e jorrando um rio que corria montanha abaixo.

Ao chegar muito próximo da fronteira com a Argentina nos deparamos com a estação de esqui de Portillo - o verão fazia com que esta parecesse uma cidade fantasma. Passando o preconceito inicial e dando a volta no principal hotel nos deparamos com uma lagoa andina impressionante, com um vista para montanhas com gelo eterno (como se diz por aqui). Era difícil decidir o que tirava mais o fôlego, a paisagem ou o pulo nas águas geladíssimas, de congelar todas as extremidades, mas refrescar a alma.

Thursday, December 24, 2009

Vinícola Emiliana, Valle de Casablanca, Chile, Dez09


Estávamos indo em direção a Valparaiso e Vina del Mar, para aproveitar mais um maravilhoso dia ensolarado no Chile no verão, quando as necessidades fisiológicas de um dos integrantes do carro obrigou-nos ao que seria uma rápida parada na vinícola mais próxima.

Eu conhecia alguns dos vinhos da Emiliana, mas não me traziam nenhuma lembrança que me fizesse ficar animado com a parada inesperada. Ao chegarmos na casa central, após a trilha entre os vinhedos, a primeira impressão foi ótima: uma casa com uma arquitetura limpa e de muito bom gosto, que contrastava com os vinhedos e as montanhas ao fundo, e formava uma bela imagem. Ao entrarmos fomos muito bem recebidos e, depois de 3 sorrisos da atendente, sentamos no belo balcão para uma degustação.

Começamos com um Sauvignon Blanc 2009; de cor límpida de sua rápida estada em barris de inox e uma leve acidez que demonstrava sua jovialidade, mas refrescante e perfeito para o sol escaldante que levemente invadia o recinto através das altas janelas. Na seqüência veio uma “mezcla” dominada por Chardonnay, com uma cor que rapidamente denunciava sua estadia mais prolongada em barris de carvalho; um vinho bem complexo e espetacular, que se apresentava como uma banda, onde o bumbo oscilava perfeitamente entre o álcool e a acidez.

Saímos da ceara dos brancos e entramos nos tintos; o Merlot que abriu alas era um bom vinho, bem balanceado, mas nada de espetacular. Eis que chega o Coyam, uma “mezcla” de diversas uvas do qual já tinha ouvido falar muito bem. É um vinho biodinâmico (em poucos termos é o cultivo do vinhedo percebendo-a com um organismo, respeito seus tempos e formas) espetacular, com taninos arredondados e uma persistência que dá um ótimo final ao vinho. Recomendo fortemente! Já esta na lista dos 12 vinhos da cota!

Wednesday, December 23, 2009

Plaza das Armas - Santiago, Chile, Dez09


Esta é a primeira viagem que faço desde que comecei a escrever por aqui; a duvida que eu tenho é se vou ter a disciplina de escrever ao menos uma vez por dia com os momentos que me marcaram. O dia se ontem se foi em branco, mas ao menos havia a desculpa do cansaço da viagem (que pode ser alegada se você acordou as 4 da manha) e da distração dos excelentes vinhos adquiridos com auxilio de um maravilhoso guia de vinhos chilenos (também recém adquirido).

Estava vagando pelo centro de Santiago, explorando um pouco mais a cidade, e cheguei na Plaza das Armas. Em um dos cantos da praça havia um coletivo de pessoas jogando xadrez; de todas as idades, gêneros e graus. Fiquei impressionado com a popularidade que o xadrez parecia ter naquela canto, em meio a um atribulado centro de cidade em véspera de natal; pessoas paravam e assistiam atentamente partidas acirradas, em que o bater no relógio que conta o tempo das partidas mais parecia uma batucada de escola de samba.

Em uma America Latina dominado por campos de futebol, há de impressionar um entusiasmo tão coletivo por este nobre esporte...

Sunday, November 8, 2009

Escultura no Millenium Park, Chicago, Jul09


Apesar da natureza me fascinar eu sempre fui uma pessoa bem urbana. Gosto de cidades porque me sinto bem nelas; uma dose de coletividade, advinda da confusão dos transeuntes apressados, com um gole de individualidade, estando só em meio a uma multidão de pessoas.

Essa foto me lembra do que eu mais gosto das cidades; o fim de tarde, com o acender das luzes que faz com que nos sintamos em meio a um céu repleto de estrelas, e os espaços livres, que no meio do concreto vertical busca imitar a imensidão que a natureza proporciona para o encontro casual de seres humanos que buscam socializar e inibir a solidão coletiva dos grandes centros urbanos.

Friday, October 16, 2009

Sear’s Tower, Chicago, USA, Jul09


Uma visita em meio a um mar de turistas ao prédio mais alto de Chicago em um dia ensolarado normalmente me pareceria um programa de índio: a perspectiva de uma longa fila e um ambiente entupido de turistas é inevitável. Ainda assim, tendo em vista que estava férias e meu único compromisso era com o fato de não ter compromissos resolvi arriscar.

A chegada ao local parecia comprovar a expectativa: uma fila de quase uma hora para pegar o fatídico elevador. No entanto ao chegar no andar mais elevado o a esperada irritação, parceira constante dos programas de índio, se dissipou com a beleza da vista. O dia claro e limpo possibilitava uma visão espetacular da bela cidade de Chicago (quem sabe minha futura morada?).

Caminhando ao redor do andar me deparei com uma inovação agradável ao lugar: pequenas cápsulas de acrílico que foram incorporadas ao prédio e permitem com que as pessoas fiquem nelas, a uma altura inebriante. A sensação é de insignificância e liberdade, com quem caminha sobre as nuvens. Vale muito a pena!

Saturday, September 26, 2009

Ritual no Ganges, Varanasi, Índia, Jan09


Varanasi é uma cidade que fica no estado de Uttar Pradesh, as margens do rio Ganges, considerado sagrado para os hindus. Ao longo do rio existem muitos Ghats, que podem ser utilizados para banhar-se nas águas sagradas do rio, para lavar roupa, cremar os mortos e outras atividades cotidianas da Índia, como uma partida de críquete.

Na cidade a religiosidade permeia os poros; não é incomum você caminhar pelas ruelas da cidade e ver corpos sendo carregados para serem cremados, acompanhados de cantigas e lamentações e ouvir rezas e devoções ecoando de casas e templos.

Quando me comentaram deste ritual diário para o Ganges eu logo imaginei uma encenação teatral para atrair turistas e fiquei um pouco cético. Mas, como já havia atravessado metade do oceano, resolvi ir conferir esse ritual que acontece todos os dias no fim da tarde, no Ghat principal do rio.

Ao chegar no local percebi que a grande maioria do publico era local. Sentei-me e passei a acompanhar a preparação das pessoas que faziam o ritual; era algo metódico, ritmado, com um orgulho embebido nas ações que demonstrava a honra que sentiam por desempenhar este papel. O olhar compenetrado, buscando a aspiração para a expressão máxima da adoração ao rio, demonstrando seu respeito e idolatria, me encantam nesta foto.

Sunday, September 20, 2009

Templos Hindus e Jain, Khajuraro, Índia, Jan09



Eu já coloquei uma foto desta pequena cidade na Índia, com um aspecto bucólico que traz uma pausa (necessária!) do caos urbano das metrópoles indianas super populosas, mas o foco aqui é outro. A cidade é famosa pelos templos hindus e jain, que datam do século IX ao século XI. Estes templos são bastante similares entre si em sua forma básica e o que impressiona são as esculturas, que povoam toda a abrangência externa destes. São de um nível de detalhe e precisão que encantam ao mais cético.

Porém o aspecto mais interessante é que a grande maioria das esculturas traz inspirações eróticas, como as das fotos. É um verdadeiro kama sutra de pedra, esculpido ao ar livre e ao redor de templos religiosos, evidenciando uma relação tão harmônica da sociedade (e religião) com o sexo que faria inveja ao ser mais libertário de nosso tempo.

Saturday, August 22, 2009

Mekong, Vientiane, Lao, Jan08


Existem aspectos culturais, que embora datem de uma outra realidade, não se perdem quando a cidade ou sociedade evolui de modo a trazerem a percepção que estes se transformaram em retrógrados.

Em um fim de tarde, andando pela capital do Laos, Vietiane, fui para a margem do Mekong, onde hoje em dia vê-se não mais pequenas vilas e populações ribeirinhas, mas sim bares com uma pretensão ocidental, na certa buscando atrair um turismo crescente, e feiras que vendem de tudo. Ao sentar-me no barranco da margem, olhando para o rio, notei algumas pessoas andando pelo rio, aproveitando da escassez de água e da docilidade que o período de seca proporciona. Estas pessoas estavam pescando, utilizando apenas uma vara, com o objetivo de, em um movimento certeiro, capturar o jantar.

Mesmo com outras técnicas disponíveis, sem duvida mais certeiras e igualmente pouco custosas, aquela pescaria rudimentar me trouxe uma nostalgia de um tempo que não vivi, e me encheu a alma com uma tranqüilidade e calma, de épocas mais simples.

Sunday, August 16, 2009

São Paulo, Brasil, Abr08


Normalmente tiramos fotos de lugares que visitamos, que conhecemos, ou de eventos e pessoas que gostaríamos de recordar, como se desconfiássemos de nossa memória e quiséssemos prova de que aconteceu ou quiséssemos uma ajuda para lembrar. Mas raramente tiramos foto do que estamos acostumados, da realidade que nos permeia e nos cerca.

Eu gosto de ocasionalmente sair com uma câmera na mão, percorrendo lugares que freqüento e estou bem habituado, como se a câmera fosse um novo par de olhos, que enxerga aquela realidade pela primeira vez, e busca coisas que, no meio daquele normalidade familiar, me surpreendam.

Um dia desses estava andando pelo meu bairro, Alto da Lapa, em mais um desses experimentos visuais e notei a morada de uma família no meio de um muro, com a parede compartilhada com um muro que separa a linha do trem e o teto amparado por uma arvore que encontrava espaço para sua magnitude em meio a um mundo de concreto que veio a cercá-la. Essa morada me intrigou, por passar por invisível aos inúmeros transeuntes e moradores do bairro, com habitantes igualmente relegados a invisibilidade perante a sociedade, que buscam meios de sobreviver em um mundo que não lhes parece pertencer.

Friday, August 14, 2009

Central Park, New York, Jul09 / Jazz Showcase, Chicago, Jul09



Se os olhos são a janela da alma, não tenho a menor dúvida de que a música é a trilha sonora da minha alma. A musica é capaz de gerar sentimentos, ou prover uma melodia que acompanha tão bem um certo estado de espírito. E dentre meus estilos favoritos de musica esta, sem sombra de duvida, o Jazz. A maneira como o Jazz evolui, seguindo um curso pré-definido, mas ao mesmo tempo marotamente se desviando, criando rotas próprias em maravilhosos solos que se encaixam perfeitamente com os demais instrumentos uma foto musical de uma complexidade tremenda e ao mesmo tempo harmoniosa melodia, me encanta.

A primeira foto o jazz me pegou de surpresa; em um passeio em um dia ensolarado pelo Central Park as primeiras notas chamaram minha atenção de longe, e desviaram meu curso, fazendo com que eu, me guiando apenas pelo som que ecoava dos instrumentos, encontrasse com uma banda que tocava para os transeuntes no parque. E ali, sentado na grama, me deixei envolver pela envolvente melodia que ecoava junto com os raios de sol em uma bela manhã.

Na segunda foto o encontro foi premeditado. Depois de me informar, acabei, em boa companhia, em um dos clubes de jazz mais conceituados de Chicago, para assistir ao trio de Mulgrew Miller. Em um cenário propício, com mesas redondas e um ambiente agradável, nada melhor do que um jazz muito bem tocado e um vinho para embalar pensamentos em uma noite estrelada.

Thursday, August 13, 2009

Campos do Jordão, Jul08



Eu tenho um sentimento misto com relação ao inverno; apesar de eu não gostar do incentivo a reclusão que um tempo frio traz, é inegável que aquela sensação térmica mais amistosa e a beleza das cores que o horizonte nos proporciona trazem beleza a vida.

Em Campos do Jordão, destino usual dos paulistanos para um inverno, a beleza natural faz uma bela companhia a temperatura quase européia. Não há nada mais belo do que um passeio pelas natureza acidental de Campos, observando o tímido sol, de ferias de sua imponência, se esconder atrás das belas montanhas, ressaltando o azul do céu de brigadeiro de inverno.

Sunday, August 9, 2009

Rio de Janeiro, Fev09


Apesar de morar em Sampa e gostar bastante da cidade devo admitir que sou apaixonado pelo Rio. Alem da beleza natural e das maravilhosas praias há muito mais no Rio que me fascina. Acho que as pessoas são mais abertas, mais leves, e a cidade (ou melhor, parte dela) é mais convidativa a uma vida na cidade, não dentro de carros passando pela cidade.

Essa foto eu tirei em um belo fim de tarde, da casa de um grande amigo, no Leblon. Nela a beleza natural e a praia do Rio se misturam com os grandes prédios da metrópole que é, ainda assim mantendo a harmonia e beleza da cidade.

Não sou eu, com minha parca habilidade descritiva, que vou discorrer sobre as belezas do Rio, quando tantos outros já discorreram e cantaram muito melhor, mas uma coisa é certa: ainda moro no Rio!

Bar Leo, São Paulo, Mar09


Como já disse anteriormente acho que existem poucas coisas mais genuínas do que a maneira com crianças externalizam seus sentimentos através da expressão facial. Tenho minhas duvidas se os sentimentos delas são mais intensos ou se simplesmente não tem os filtros que nós desenvolvemos ao longo da vida, buscando mascarar os sentimentos de modo a evitar demonstrações de vulnerabilidade.

Esse dia estava com alguns amigos no Bar Leo, um bar tradicionalíssimo situado no centro de Sampa, próximo a Santa Efigênia. Ao encontrar com algo desconhecido que sua mãe (ou alguma figura familiar) lhe oferece, a garota responde com um interessante misto de receio, aparentemente por desconhecer o que lhe é oferecido, e de total confiança, se dispondo a comer mesmo sem qualquer explicação ou encorajamento.

Thursday, August 6, 2009

Khajuraho, Índia, Jan09


Kahjuraho é uma pequena cidade no região de Madhya Pradesh com templos medievais Hindus e Jain com esculturas fenomenais. Alem disso possui um clima bucólico muito agradável e bem interessante para caminhadas despretensiosas, onde você consegue participar de uma vida indiana bem distinta da corrida vida nas metrópoles super indianas super populosas.

A volta a casa depois de um dia de trabalho no campo, desta família indiana, com um cenário de paisagem campestre e pássaros voando me traz um sentimento de calma, de tranqüilidade que apazigua a alma. Nada parece preocupar ou apressar o tempo e os co-habitantes deste belo cenário...

Sunday, August 2, 2009

Hanói, Vietnam, Jan08


O Vietnam é famoso por suas bicicletas e motos que são o principal meio de transporte. Não há como andar pelas ruas sem ouvir o incessante barulho das buzinas das motos, que em hordas transitam pelas cidades e interior do Vietnam.

Essa rua é uma rua bastante conhecida de Hanói, onde alem das inúmeras lojas com lembranças do Vietnam e produtos de origem e autenticidade duvidosas há um transito bastante considerável. Esse caos de motos, pessoas e comércio, onde aparentemente não há (ou não se respeita) qualquer regra de organização social conhecida, em um primeiro momento assusta. Mas um olhar mais próximo e uma imersão no convívio mostra que mesmo o aparente caos flui de uma maneira assustadoramente harmônica, sem qualquer irritação ou impaciência, e essa massa humana e de maquinas flui de maneira pacifica e ordenada para o destino final.

Saturday, August 1, 2009

Vientiane, Laos, Jan08 / Pushkar, Índia, Jan09



Embora eu seja ateu, religiões sempre me interessaram muito. Sem entrar no debate dos problemas e distorções que as instituições religiosas trouxeram ao mundo, contemporâneo e ao longo da historia, a crença da pessoas em deuses e seres superiores e a devoção à estes são sentimentos únicos.

Na foto de Vientiane, a devoção com que a mulher reza pareça levitá-la do mundo e das preocupações diuturnas, levando-a a um outro nível espiritual.

Na foto de Pushkar vemos um sadhu, uma espécie de homem santo do hinduísmo, que abdica de uma vida comum em busca da espiritualidade. As restrições as quais os sadhu (ou babas, como são freqüentemente chamados na Índia), são das mais diversas, embora eu ache notável a paz de espírito que tamanhas limitações mudanas trazem a eles, quando na acepção comum do mundo moderno traria angustias e incertezas.

Friday, July 31, 2009

Agra, Índia, Dez09 / Udaipur, Índia, Jan09 / Pushkar, Índia, Jan09




O fim do dia é uma das minhas horas favoritas do dia; as cores fortes e vividas que o por do sol projeta no horizonte torna cenários insossos em verdadeiras obras de arte.

Um dos lugares no qual eu vi os melhores por do sol (não estou seguro de como seria o plural de por do sol, mas pores do sol me soa incrivelmente estranho) da minha vida foi no Rajastao, na Índia, realçando as belas e vivas cores da cultura indiana.

Sunday, July 26, 2009

Hoi An, Vietnam, Jan08


As melhores fotos saem, na minha opinião, quando menos se espera. Mesmo porque a imprevisibilidade de uma ação, ou uma imagem, normalmente contribui para aumentar nossa percepção de prazer, beleza. E não tem nada mais frustrante do que não conseguir capturar aquela imagem perfeita porque você não tem uma câmera no momento...

Essa foto é a historia invertida; ou seja, eu tinha uma câmera. Estava voltando de uma noite agradável em um bar da bela cidade de Hoi An, um antigo entreposto comercial no meio do Vietnam, quando me deparei do outro lado da rua com um loja de lustres toda iluminada. O contraste de cores e luzes era maravilhoso, e projetava suas cores por toda a escura ruela, fazendo com que ficasse alguns minutos parado observando a imagem (e depois mais longos minutos tentando achar a melhor configuração da câmera para capturar a foto).

Saturday, July 18, 2009

Chicago, Millenium Park, Jul09


Nada como a expressão da esperança, um misto de angustia e felicidade. A esperança é transparente e gritante no rosto de qualquer um, em especial de crianças. Quando crescemos reservamos nossa quota de esperança para coisas mais relevantes, como empregos, dinheiro, etc. (e quem disse que existe quota?)

Quando criança, nada pode despertar mais esperança que o jato d’água gelado dispare logo, amenizando o calor e refrescando a pele escaldada pelo sol.

Prelúdio

Ha um frase bastante conhecida que diz que os olhos são a janela da alma (a ultima utilização famosa desta expressão, se bem me lembro, foi no brilhante filme de João Jardim).

Eu concordo plenamente com esta expressão. Os olhos são efetivamente a janela da alma, permitindo a troca de luzes e imagens entre a alma e o externo. Não há mais revelador do estado de espírito (ou, o aspecto momentâneo da alma) do que um olhar. E é inegável o impacto na nossa personalidade (o aspecto mutante e evolutivo da alma) das imagens, momentos, que presenciamos, vemos através de nossas lentes para o mundo.

Esse blog é o história da minha janela. Essa janela é translúcida, só permite a visualização do exterior.

Mas deixemos a retórica por aqui, não é meu objetivo (e tampouco algo em que eu seja bom), e vamos as fotos. Vou colocar um pequeno texto em cada foto, com o local (quando eu lembrar) e minhas percepções, sentimentos, teorias que as fotos inspiraram (quando houver).

Espero que agrade!